Saturday, November 5, 2011

Avis: Legumes e Frutas do produtor ao consumidor




São vegetais e frutas comercializados diretamente do produtor ao consumidor, com o objetivo de combater a desertificação do meio rural e, ao mesmo tempo, incentivar o setor da microeconomia local. Esta é uma iniciativa da Associação para o Desenvolvimento Rural e Produtos Tradicionais do Concelho de Avis – ADERAVIS, que tem como título “Vamos à Horta”.

A iniciativa foi dinamizada por um grupo de cerca de 30 agricultores, na sua maioria hortelãos em idade avançada, que decidiram disponibilizar os excedentes produzidos nas suas hortas para comercialização em pequenos cabazes, informa o comunicado da autarquia de Avis.

Os agricultores, que não pertencem a qualquer Organização de Produtores de Frutas e Produtos Hortícolas, produzem legumes e frutas recorrendo a técnicas de produção e a práticas de gestão de cultivo respeitadoras do ambiente.


Da colheita ao cabaz

As frutas e legumes são colhidos diariamente das hortas deste grupo de hortelãos. Depois são lavados e tratados, passando então para os cabazes que seguem diretamente para as mãos dos consumidores de Avis.

Cada cabaz contém produtos como couves, batata, grão-de-bico feijão, ervas aromáticas, marmelos, abóboras, entre outros.

Os cabazes têm um preço fixo de 10 euros e podem ser entregues uma vez por semana, por quinzena ou por mês, conforme o desejo dos compradores.

Os produtos são sazonais e têm um “valor abaixo do praticado pelo mercado, uma vez que são comercializados diretamente com o consumidor, sem a figura do intermediário”, diz o comunicado da autarquia.

Este projeto é uma iniciativa da ADERAVIS e foi viabilizado pelo Município de Avis e pela Freguesia de Avis. Quem pretender adquirir estes produtos basta deslocar-se à sede da associação, que se localiza nas antigas instalações do Colégio Velho, ou na Unidade de Desenvolvimento Económico, Qualidade e Ambiente, do Município de Avis.



Thursday, October 20, 2011

Farmers Life Experience: Férias ativas com a natureza!


Descubra no país rural uma forma verdadeiramente diferente de fazer férias. Vá até uma aldeia remota de Portugal e dedique-se a um campo de férias agrícola, no meio da natureza e ao lado de agricultores que têm muito para ensinar. 


Prepare-se para uma aventura na quinta, na herdade, no meio dos animais.

É uma experiência que vai buscar à origem os saberes tradicionais ligados à terra, à agricultura, aos animais, habituados a passar de geração em geração pela experiência repetida. Agora, através da Farmers Life Experience, esse conhecimento empírico está ao alcance de quem estiver disposto a partir da cidade para uns dias em contacto estreito e profundo com a natureza e com quem a cuida.

A Cá & Lá, uma empresa "apaixonada por Portugal", organiza campos de trabalho, remunerados, em diversas aldeias e vertentes da agricultura tradicional, valorizando saberes adormecidos que está na altura de acordar.

Dos vinhedos escarpados do Douro, à  batata-doce de Aljezur, passando pelos olivais alentejanos, a cereja da cova da Beira, a laranja e o tomate do Algarve, pela pêra rocha do mítico Oeste, não faltam locais para trabalhar e aprender, aproveitando as férias para uma 'viagem' diferente.

Conheça alguns dos programas disponíveis:

Terramada
Geneviève e Guy são os anfitriões deste local que se dedica à agricultura biológica. Junto à Terramada encontra-se a Barragem do beliche, propícia ao relaxamento e à meditação.

Covas do Monte
Quem vai para Covas do Monte ajuda o jovem casal da terra, Filipe e Ana, a cuidar das cabras que saem diariamente da aldeia e regressam ao final do dia; há ainda diversas outras atividades a desenvolver nas hortas desta pequena aldeia da Serra de São Macário.

Tapada do Fojo
Brígida Fonseca comanda a Tapada do Fojo e o seu Campo de Trabalho Agrícola, em constante espírito de partilha, no trabalho, à mesa e em casa. A Tapada do Fojo está localizada no Barroso transmontano e disponibiliza atividades que variam entre cortar o feno, tratar dos lameiros e das vacas, além de tudo o resto que compõe o quotidiano de uma quinta portuguesa.

Herdade do Freixo do Meio
Esta herdade de 390 hectares, perto de Montemor-o-Novo, acolhe uma escola onde decorrem ações de formação várias, hortas, estufas, um pombal, uma cantina e uma mercearia. Para se refrescar e relaxar, uma pequena barragem doméstica. Em frente, uma soberba vista sobre o montado alentejano. Aqui, a agricultura biológica é rainha.

Casas de Monforte
Dezenas de animais povoam esta aldeia pitoresca: Cabras, porcos bísaros, vacas e novilhos. Todos pastam nos terrenos à volta das Casas de Monforte. Gonesindo Chaves, o responsável, é também o anfitrião que aloja os visitantes na sua própria casa.

Morgado Lusitano
Às portas de Lisboa, o Morgado Lusitano acolhe, como o nome indica, cavalos. A quinta data do século XVIII e além de acolher algum turismo equestre dedica-se principalmente ao maneio do cavalo lusitano.

Salina Eiras Largas
Ajudar a produzir o sal que tempera o quotidiano de todos nós. É esta a principal tarefa desenvolvida na Salina Eiras Largas. Mas não se pense que é tarefa fácil. Pelo menos, enquanto se percorre um ciclo da água, do mar até aos talhos onde cristaliza o sal marinho e a flor de sal, os pés estão sempre na água...

Quinta do Montalto
Esta quinta une o tradicional herdado das várias gerações que já a trabalharam com a queda para a inovação do atual proprietário, André Gomes Pereira. Agricultura biológica e todos os processos que envolvem a produção de vinho são as principais atividades em que se pode participar.

Todas as informações em Farmerslifeexperience

Fonte: escape.pt

Saturday, October 8, 2011

Profissões do Futuro

Saber as Profissões do Futuro é um tema muito importante principalmente para quem está a começar a sua carreira profissional ou para quem está desempregado. Quem procura um trabalho, emprego ou part-time é importante saber quais são as profissões com mais saída no futuro.

É muito importante reflectir sobre este assunto pois saber quais são as profissões do futuro poderá fazer toda a diferença no seu futuro profissional.

De acordo com a conjuntura actual, haverá sem dúvida toda uma série de profissões que se conjecturam num futuro próximo por substituição ou actualização das que existem actualmente devido à evolução do meio sócio económico, tecnológico e geopolítico onde estamos inseridos. Falamos naturalmente do impacto demográfico pelos efeitos da redução da natalidade e do aumento da esperança média de vida, das novas tecnologias e da sociedade do conhecimento, das crescentes necessidades do consumo e de uma maior responsabilidade social, factores estes que condicionarão sem dúvida a continuidade de algumas profissões actuais e criarão oportunidades para o aparecimento de outras.


Nova economia, novos caminhos. Ter um "canudo" há muito que não é suficiente para se conseguir arranjar um bom emprego. E, ao contrário do que acontecia há quatro ou cinco anos atrás, a experiência já não é determinante na procura de colocação. Hoje, é o binómio qualificação/experiência que é valorizado.

A capacidade de adaptação à mudança, a par da resiliência, será por isso uma das principais competências profissionais do futuro. As profissões vão morrer cada vez mais rapidamente.

Seja qual for a área de formação, a tendência é para a especialização. A mobilidade é outra clara tendência do mercado de emprego. Mudar vai ser cada vez mais frequente. Se já não há empregos para sempre, vai deixar de haver também profissões para a vida. As pessoas vão mudar cada vez mais de emprego, de país, de função e até mesmo de profissão. E a formação será cada vez mais ao longo da vida e já não um assunto que fica arrumado quando se tem 20 anos e se sai da faculdade.

Desde a geriatria, profissão que visa cuidar dos mais velhos (técnicos e auxiliares de geriatria, psicogerontologia), das profissões ligadas à manutenção doméstica e à gestão de recursos habitacionais (domótica), à gestão de redes e sistemas informáticos, passando pelas energias renováveis até à biotecnologia, reciclagem dos resíduos, ao voluntariado, ou ás profissões ligadas à gestão de imagem pessoal e corporativa, são algumas das áreas e profissões à apostar e cujas necessidades já se estão a fazer sentir motivadas quer pela escassez de oferta pelo desinvestimento nalgumas destas áreas, quer pelo facto de algumas áreas profissionais serem ainda bastante recentes.

Lista de Profissões do Futuro
Aqui fica uma listagem de algumas profissões com potencial no futuro sem critério de ordenação:
  • Tecnologias de Informação
  • Sector da Saúde, especialmente, na área de cuidados à terceira idade
  • Biotecnologia
  • Nanotecnologia
  • Sector da Energia
  • Educação e Desenvolvimento Pessoal
  • Terapias alternativas
  • Tarefas Domésticas
  • Trabalho a Partir de Casa
  • Marketing de Rede, Internet Marketing e Marketing Online
  • Coaching
  • Área do Bem-Estar (Ginásio, Estética, Treinador Pessoal,…)
  • Recursos Humanos
  • Agências de Viagens

Profissões do Futuro – Opinião Final

Faça uma pausa e pesquise
Para quem procura uma profissão, trabalho, emprego ou negócio faça uma pausa e pesquise muito. Se tem tempo livre aproveite para pesquisar bem todas as possibilidades. Não se esqueça que uma boa estratégia vai fazer muita diferença no seu futuro profissional.
Vivemos em tempos exponenciais mas actualmente é muito fácil encontrar alternativas na Internet ou nos meios de comunicação social.

Abra os seus horizontes
Se limitar os seus horizontes à área que estudou ou que se especializou profissionalmente estará logo limitado à partida.

Pode usar os seus conhecimentos em áreas adjacentes ou não e, no limite, caso esses conhecimentos não sirvam para abraçar uma nova área profissional vamos sempre a tempo de aprender.

Trabalhe por gosto
Já pensou que todos os grandes profissionais/personalidades adoram aquilo que fazem? Será coincidência? Claro que não. Quem trabalha por gosto não se cansa, tem mais energia, mais produtividade, mais criatividade.

Fontes: 



Thursday, September 29, 2011

Carlos Sezões - Coesão Territorial… praticamos aquilo que defendemos?


Temos assistido, nos últimos anos, a uma discussão centrada na justificação de manter determinados equipamentos nas regiões menos populosas e por vezes esquecidas do Interior – desde os centros de saúde, às estações de correios e às escolas básicas e muitas outras.



As escolas, como estruturas de suporte à educação, em locais envelhecidos em que as crianças começam a ser a excepção, são os símbolos mais fortes deste dilema. Se, de facto, encontramos aqui instituições que preenchem todos os requisitos pedagógicos e que, estando localizadas em regiões isoladas, assumem uma função determinante para o desenvolvimento de pequenas comunidades rurais, talvez o caminho seguido, o do encerramento, não pareça afinal tão óbvio.
Isto leva-nos à velha discussão sobre a coesão territorial, isto é, a nossa capacidade tornar as várias regiões deste pequeno país relativamente equitativas em termos de oportunidades de desenvolvimento, reduzindo as disparidades existentes e promovendo, dentro do possível, a cooperação entre elas. Se considerarmos, no limite, que um País é apenas o conjunto das suas pessoas, podemos acantonar os 10 milhões de portugueses na faixa litoral e poupar o que se gastaria em estruturas no resto do território. Mas o País é também o seu espaço e, como é hoje de bom senso concordar, a qualidade de vida e desenvolvimento sustentável de uma população aumenta com a uma visão integrada que promova os vários territórios e os torne atractivos, essencialmente em termos de habitabilidade e empregabilidade.
É por isso que, quando leio ou ouço os casos acima mencionados fico sempre com a convicção que existe aqui uma gravíssima miopia política e estratégica. Se nos resignarmos apenas a fazer contas à demografia e à economia pública, vamos continuar a retirar os equipamentos públicos essenciais e promover o abandono de boa parte do nosso território.
E qual a resposta? Não há soluções mágicas, mas não é preciso muita imaginação para perceber que deveríamos muitas vezes fazer raciocínios inversos. Em concreto, pensar a nível macro, regional, e fazer apostas concretas, investindo em criar ou manter infra-estruturas básicas para a competitividade regional e para a qualidade de vida dos respectivos habitantes. Fazê-lo criando soluções inter-municipais e reduzindo muitos dos desperdícios que por aí ainda se fazem. Se continuarmos, pelo contrário, pela via do desinvestimento constante, ainda teremos no interior de Portugal o deserto que um certo ministro em tempos profetizou. 

Carlos Sezões
in www.dianafm.com
28 Setembro 2011

Monday, September 19, 2011

Miguel Sousa Tavares fala sobre a importância das Universidades no combate à desertificação do interior


Saturday, July 30, 2011

Desertificação: Portugal morto ou outro olhar do interior

IOLDiário: 29-03-2009
O exemplo de um dos concelhos mais envelhecidos do país

Oleiros é um dos concelhos mais envelhecidos do país e da Europa. Terá cerca de 100 jovens para 400 idosos, segundo a especialista em Geografia Humana, Fernanda Cravidão, que aponta como casos idênticos Vila de Rei, Mação e Alcoutim.

Para a professora da Universidade de Coimbra, uma escola reconvertida em capela mortuária representa «o Portugal morto materializado». «Tem essa carga simbólica. As escolas já estão a servir para centros de idosos, agora morgue é o fim da linha», exclama a especialista, com trabalho desenvolvido na área da geografia da morte.

Porém, considera que se dramatiza demasiado e que a solução passa por olhar para o interior de outra forma, tirando «partido daquilo que temos». «Aquele discurso de povoar o interior, subsídios para casais e coisas desse tipo, é tudo muito bem intencionado, mas não resulta. A mobilidade do interior para o litoral é desde sempre. Esse é um discurso perdido», afirma.

«Tentar levar para lá a população que saiu é contra-natura»

Para Fernanda Cravidão, pretender levar para os concelhos do interior os índices demográficos de há 20 ou 30 anos é «uma utopia». «O mundo rural deve ser encarado de outra forma hoje, como espaço de lazer, turismo de cargas brandas e agricultura biológica», exemplificou, defendendo que as crianças devem ser levadas das escolas das cidades para saberem o que é um pinheiro e como se cultivam as batatas.

«Tentar levar para lá a população que saiu é contra-natura», diz, referindo-se ao desenvolvimento de uma sociedade industrializada, consumista e globalizada, que não está disposta a abdicar de um modo de vida onde tudo é de acesso fácil.


«O censo de 2011 o que nos vai mostrar é uma diminuição da população e julgo que também vai mostrar que continuam a desaparecer pequenas aldeias em favor da capitalização de muitas sedes de concelho», antecipa.

E as causas do despovoamento?

No mesmo sentido, antevê um envelhecimento cada vez maior, «sobretudo nesses concelhos: Oleiros, Mação, Sertã e um aumento das sedes de concelho devido a um efeito de sucção das áreas à volta».

«Oleiros, sede de concelho, poderá ter perdido menos habitantes ou estabilizado nos últimos anos, mas à custa de uma certa sucção das áreas envolventes. Terá lugares que terão menos 50 por cento da população», indica.

As causas do despovoamento são remotas. Dificilmente um país de reduzidas dimensões e fracos recursos passaria incólume por uma vaga de emigração para a Europa e uma guerra colonial, a que se sobrepôs uma mobilidade para o litoral, nos anos 60, que ainda não parou.

Concelho perdeu 14 por cento da população

A criação de universidades e institutos politécnicos no interior do país, a seguir ao 25 de Abril, travou um pouco a perda de população em Castelo Branco, Covilhã, Vila Real, Montalegre, Viseu e Bragança, bem como o regresso de pessoas das ex-colónias.

A investigadora admite que, tal como os outros, o concelho de Oleiros terá perdido população desde os anos 50/60. «Tudo leva a crer que a população no concelho seja menor em 2009 do que em 2001», refere, acrescentando: «Esses concelhos perdem população, não porque as pessoas se vão embora - porque já não há gente para sair -, mas porque os idosos morrem.»

Em 2001, o concelho tinha 6.677 habitantes. A estimativa publicada em Março de 2008 apontava para 6.552. Entre 1991 e 2001, perdeu 14 por cento da população (mais de mil pessoas).

No mesmo período, os concelhos que registaram maiores perdas foram São Vicente (19,5 por cento), Boticas (19,1), Penamacor (18,0), Alcoutim e Montalegre (17,5), Gavião e Vila Velha de Ródão (17,4), Carrazeda de Ansiães (17,2), Vinhais (16,4), Meda, Almeida e Mação (16,1), Castanheira de Pêra (16,0) e Vimioso (15,9), segundo dados cedidos à Lusa pelo professor João Luís Fernandes, da Universidade de Coimbra.

Fonte: IOL Diário 29-03-2009

Wednesday, July 6, 2011

TELETRABALHO - Uma oportunidade de desenvolvimento?



O que é Teletrabalho  

Várias são as formulações conhecidas para a descrição do que é teletrabalho nomeadamente as que decorrem de projectos, experiências e empresas externas ao nosso País. Não existe uma tradução exacta, única, para as diferentes definições conhecidas pelo que pensamos que a definição contida no "Estudo do Teletrabalho em Portugal" (Fundetec, IEFP, 1998) se aproxima bastante do que consideramos uma formulação correcta do que é teletrabalho:

Teletrabalho constitui uma modalidade de trabalho com características próprias: 

 •  Distância: situação laboral em que teletrabalhador se encontra num ponto geograficamente distinto daquele em que o trabalho é realizado e/ou entregue.  
 •  Tecnologia: o recurso intensivo a meios informáticos e de telecomunicações - redes, equipamentos e aplicações/serviços - para o suporte e/ou entrega (transferência) de teletrabalho   
 • Estruturação: existência de um acordo claro (ou mesmo contratado) entre os intervenientes (teletrabalhador * empresa empregadora * cliente) que estabelece e regula as condições laborais (como) e as condições de trabalho (onde e quando) se desenvolve o teletrabalho:   
 •  Forma organizativa: a partir de casa do trabalhador, em centros de teletrabalho, escritórios satélite, teletrabalho móvel, escritórios partilhados, offshore (teletrabalho trans-fronteriço), etc.  
 •  Modalidade: formal ou informal, tempo inteiro, tempo parcial, em alternância (alguns dias por semana) ou ocasional.  



Modelos de teletrabalho

Teletrabalho é uma palavra genérica que não toma em consideração os vários modos possíveis de implementação.

No contexto do projecto AVISE, cinco diferentes formas de teletrabalho foram identificadas nos três países cobertos pelo estudo, Espanha, França e Alemanha (Milpied et al. (1996a)).

Teletrabalho a partir de casa

Nesta modalidade, o indivíduo trabalha a partir de casa, em vez de trabalhar nos locais de trabalho do costume (e.g., escritório, fábrica), usando TIC para realizar as tarefas que lhe foram atribuídas e para permanecer em contacto com uma ou várias empresas ou administrações.

Escritório satélite

O indivíduo trabalha numa unidade relativamente autónoma, geograficamente separada da empresa mãe mas em permanente contacto com ela através das telecomunicações.

Teletrabalho nómada, móbil ou itenerante

Caiem nesta categoria, principalmente, os profissionais cujo trabalho requer muitas viagens e que, graças a vários meios de comunicação electrónica, podem permanecer em contacto com as empresas que usam os seus serviços (e.g., acesso a bases de dados para consulta ou modificação).

Escritório de proximidade

Estes centros reúnem diversas TIC que são partilhadas por pessoas empregues por diferentes grandes e pequenas empresas ou por teletrabalhadores independentes, para quem não são desejáveis ou comportáveis grandes investimentos em tecnologia. Estes centros localizam-se, geralmente, próximo das residências dos teletrabalhadores e podem ser utilizados para outras actividades como a teleformação.

Centro de teleserviços ou telecottage

O centro/empresa de teleserviços utiliza TIC em rede para providenciar e comercializar serviços de informação e de comunicação (e.g., telesecretariado, serviços de telemática, teleformação, teletradução). Os trabalhadores vivem perto do telecentro, enquanto as empresas clientes se localizam à distância. Para além do fornecimento de teleserviços, muitos destes centros providenciam a compra das TIC utilizadas pelos clientes interessados.

Deve tomar-se em consideração que os termos telecentro, centro de teleserviços, telecottage e escritório de proximidade são, frequentemente, utilizados como sinónimos.

Adoptando outra perspectiva, os teletrabalhadores podem ser divididos em categorias de acordo com a regularidade com que trabalham segundo esta modalidade.

Teletrabalho regular

Estão nesta categoria os indivíduos para quem o domicílio ou o telecentro constituem o local base de trabalho, embora podendo recorrer ao trabalho por alguns dias no local de trabalho tradicional.

Teletrabalho ocasional

Encontram-se nesta categoria os indivíduos que, embora adoptando frequentemente o teletrabalho, não fazem deste regime rotina e continuam a frequentar o local de trabalho tradicional regularmente.

Teletrabalho complementar

Estão nesta categoria os indivíduos que adoptam o teletrabalho como actividade complementar em relação ao trabalho que realizam diariamente na empresa.




Vantagens e desvantagens do teletrabalho 

Apresentam-se seguidamente, de forma resumida, as vantagens/desvantagens do teletrabalho em face do teletrabalhador/da família do teletrabalhador, das empresas e da sociedade.

Vantagens do teletrabalho  

a) Vantagens para os teletrabalhadores 

  • Redução de deslocações
  • Diminuição de custos
  • Trabalho ao ritmo individual
  • Harmonia entre a vida familiar e profissional
  • Aumento das oportunidades profissionais
  • Melhoria da qualidade de vida


b) As vantagens para as Empresas 

  • Aumento de produtividade
  • Transformação da estrutura de custos da empresa
  • Flexibilidade no planeamento/estruturação de trabalho
  • Recrutamento mais eficiente / mais objectivo


c) Vantagens para a sociedade 

  • Diminuição da poluição
  • Desenvolvimento regional
  • Flexibilidade de emprego 


Desvantagens do teletrabalho 

a) Desvantagens para os teletrabalhadores 

  • Isolamento social e profissional
  • Redução das oportunidades profissionais
  • Problemas familiares
  • Falta de legislação
  • O vício do trabalho


b) Desvantagens para as empresas 

  • Maior dificuldade em controlar e supervisionar o trabalho
  • Resistência à mudança
  • Diminuição da coesão no seio da empresa
  • Investimentos associado a equipamentos/serviços de base tecnológica
  • Riscos de segurança e confidencialidade da informação


c) Desvantagens para a sociedade 

  • Implicações negativas no mercado imobiliário
  • Vulnerabilidade face à competição de potencial trabalho e mão-de-obra estrangeira
  • Infoexclusão



Associação Para o Desenvolvimento do Teletrabalho

Enquadramento Jurídico dos Teletrabalhadores

Outros sites sobre Teletrabalho:


Fontes: 


Monday, June 27, 2011

Rede de Cidadania de Montemor‐o‐Novo



O que é?
Uma rede de cidadãos, aberta, diversa, democrática e apartidária, que pretende exercer a sua cidadania participativa para a construção de um futuro mais solidário, sustentável e próspero em Montemor-o‐Novo.

Porque existimos?
Queremos assumir responsabilidade na condução dos nossos destinos e qualidade de vida, para nós e para as futuras gerações promovendo localmente o diálogo e a dinamização de projectos nas áreas económica, social, cultural e ambiental.

Como vemos o nosso futuro?
Maior autonomia da comunidade local com o aumento da capacidade de resposta a acontecimentos locais ou globais, como são hoje a estagnação da economia, a exclusão social, os problemas ambientais e a excessiva dependência dos combustíveis fósseis e outros recursos não renováveis.

Quais são os nossos princípios de actuação?
Temos por base a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os Princípios da Carta da Terra que defendem os valores pelos quais esta rede de cidadãos se irá reger no decorrer da sua existência, honrando a ética, a honestidade, a transparência e a humildade para assim construir confiança e credibilidade junto da sociedade civil de Montemor‐o‐Novo.

“A Carta da Terra é um amplo reconhecimento, declaração e consenso global sobre ética e valores para um futuro sustentável. Desenvolvido ao longo de um período de dez anos, no que foi chamado o mais extenso processo de consulta global associada a uma declaração internacional, a Carta da Terra foi formalmente aprovada por mais de 2500 organizações, incluindo instituições globais como a UNESCO e a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN).“

Está traduzida em mais de 40 línguas e disponível em: http://www.earthcharterinaction.org/content/pages/Read‐the‐Charter.html

O que pretende esta rede ou movimento?
Objectivos:
  • Chamar a população de Montemor à participação, contando com o interesse, paixão e responsabilidade de cada um para que, em conjunto, possamos iniciar um novo ciclo de cidadania em Montemor‐o‐Novo.
  • Dinamizar consciência colectiva para as questões da sustentabilidade.
  • Formular propostas concretas e desenvolver acções para a sua implementação, nos diferentes domínios e de acordo com as competências reunidas.


Se pretende contactar ou ser contactado por esta Rede, pode-o fazer através do endereço de correio electrónico cidadania.montemor@gmail.com e receberá a resposta de um dos elementos do grupo coordenador, tão rápido quanto seja possível.

Wednesday, June 22, 2011

SUÃO - Associação para o Desenvolvimento Comunitário de S. Miguel de Machede

QUANDO O NOSSO FUTURO TAMBÉM É UMA QUESTÃO NOSSA

Bravo Nico
Presidente da Direcção
jbn@uevora.pt

São Miguel de Machede é uma freguesia do concelho de Évora, onde habita cerca de um milhar de pessoas. Uma pequena vila como tantas outras. No entanto, este território possui uma particular peculiaridade, que o distingue de todas as outras vilas e aldeias do Alentejo: é a nossa terra!

A nossa terra não é uma simples expressão do quotidiano. É, normalmente, a tradução de um forte sentimento, contextualizado geográfica e socialmente, que faz com que aquele(a) que a utiliza deixe transparecer um laço assumido e decisivo com um território e uma comunidade.

A nossa terra implica dois compromissos: o primeiro, aquele que decorre de pertencermos a um sítio, a uma comunidade e a um tempo; o segundo, o que resulta de assumirmos, com esse sítio e essa comunidade, a responsabilidade de, ali, percorrermos parte significativa do nosso tempo vital. Ali, não noutro local que não seja aquele que é limitado por aquele território e por aquelas pessoas.

Foi esta decisão - a de viver ali, com aquelas pessoas - que um grupo de habitantes de São Miguel de Machede tomou, quando, em Março de 1998 criou a SUÃO-Associação para o Desenvolvimento Comunitário.


Porquê SUÃO?...

O nome tinha que transmitir uma mensagem de esperança e de capacidade empreendedora.

SUÃO remete-nos para a fatalidade do vento que nasce na fornalha africana e nos rouba água e a frescura. Mas SUÃO é também um dos ventos que, como qualquer outro, faz girar as pás dos moinhos, possibilitando a transformação do cereal em farinha. Por outro lado, SUÃO é o título de uma obra referencial da cultura alentejana escrita por Armando Antunes da Silva (1921-1997), na qual se descreve a eterna luta do(a) alentejano(a) contra uma natureza e uma circunstância social adversas.

Para nós, SUÃO traduz a luta do Alentejo, na qual a capacidade de resistência e de criatividade do(a) alentejano(a) sempre se conseguiu sobrepor a uma Natureza rude e mínima e a contextos políticos, sociais e económicos esvaziadores de pessoas, oportunidades e esperanças. Era esta a nossa mensagem: fazer o máximo com o mínimo; construirmos as nossas vidas, aqui, com estas pessoas, neste tempo.



Fonte: http://www.suao.pt/

Tuesday, June 21, 2011

Viver no interior não é uma missão impossível


Público 12.09.2010 - 08:22 Por Marisa Soares

Não se assustam com o fecho de escolas, centros de saúde e fábricas. Os casais que trocaram o apartamento na cidade por uma casa no campo têm outros trunfos: são qualificados, empreendedores e não dispensam as novas tecnologias. Lamentam a falta de transportes mas agradecem as estradas sem trânsito. Fomos saber o que os levou a remar contra a maré.

A mudança de António Manuel Venda de Lisboa para Montemor-o-Novo foi obra de Cupido. Foi atrás da Catarina, que já tinha trocado a capital pelo interior do Alentejo. Ana Berliner e o marido, António Monteiro, conheceram-se em Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, e também acabaram por ficar a viver por lá, longe de Lisboa, onde nasceram. Trocaram as voltas ao êxodo rural e garantem que compensa. Interior é, para eles, sinónimo de qualidade de vida.

O tronco da azinheira deitado ao chão no terreno ao lado de casa é uma das portas de ligação de António Venda com o resto do mundo. Só ali, em cima do tronco, consegue apanhar rede de telemóvel no sítio onde mora. É de lá que o jornalista e escritor de 42 anos combina entrevistas e planeia negócios. A Internet também ajuda. António dirige uma revista em Lisboa, mas fá-lo online, a cem quilómetros de distância do escritório, a uma hora de caminho. Vai lá pelo menos uma vez por semana, sem pressas, sem horários. 

É assim desde que deixou a cidade rumo ao Alentejo, em 2003. Três anos antes, Catarina tinha-se mudado para Montemor, onde abriu uma livraria. A aposta na cidade tinha tudo para dar certo. "Está a uma hora de tudo: da praia, de Lisboa e de Espanha. Além disso, tem uma actividade cultural engraçada", explica Catarina, de 36 anos, que antes morava em Carcavelos e trabalhava em publicidade. Agora trabalha no Centro Coreográfico de Rui Horta, o conhecido coreógrafo que também escolheu a cidade para se instalar.

Mais barato e mais seguro

Por causa da livraria e porque tem raízes familiares em Montemor, o processo de integração foi fácil para Catarina. Com António, não foi bem assim. "Ainda hoje, vamos na rua e ela cumprimenta 20 pessoas, enquanto eu cumprimento uma", diz o jornalista. 

Mas os filhos do casal estão perfeitamente integrados. Os três nasceram no hospital de Évora, a meia hora de distância. "É como viver em Cascais e ir ter o filho a Lisboa", brinca Catarina. Os dois mais velhos vão este ano para a escola em Montemor. "O miúdo vai para o futebol e a rapariga escolheu equitação, em vez do ballet", diz o pai. Não faltam distracções para as crianças no concelho. "Pagamos só três euros por mês pela ginástica", conta Catarina.

Ambos concordam que é mais barato viver em Montemor, sobretudo para criar os filhos. E há mais segurança do que nas grandes cidades. "O mais velho vai agora para o primeiro ano. Dentro de pouco tempo já poderá ir sozinho a pé para a biblioteca, ou para a Oficina da Criança, onde tem várias actividades gratuitas", diz a mãe. As despesas do dia-a-dia é que nem por isso são menores. "Temos supermercados como em Lisboa e as mercearias praticam preços altos. Já tivemos uma horta mas está em stand by". 

Na vida do casal não há bem o "antes e depois" de Lisboa. Há mais o "antes e depois" dos filhos. "Antes, íamos várias vezes jantar a Lisboa, ao cinema, ao teatro. Como vamos contra o trânsito, é rápido. Agora, vamos menos. Mas se estivéssemos em Lisboa também já não saíamos tanto", admite Catarina. 

Mesmo assim, não dispensam algumas fugidas à capital ao fim-de-semana, para mostrar a cidade às crianças. "Acabamos por ver Lisboa de outra maneira. Vivemos a cidade como turistas".

Admitem regressar um dia à capital? António diz que não. Catarina não tem nada contra, mas prefere o sossego do monte alentejano. "O que me aflige mais em Lisboa", explica, "é sair de casa sem respirar ar puro. Saímos de casa para a garagem, vamos no carro com o ar condicionado, entramos no parque de estacionamento e subimos para o escritório. Nem dá para perceber se está frio ou calor".

Mas admite ter saudades dos restaurantes japoneses ou indianos, que ainda não chegaram a Montemor. Onde também não se pode encomendar uma pizza. "Não há take away, ou quando há tem de ser bem pago".

Seduzida pela paisagem

A morar a 380 quilómetros de Lisboa, Ana Berliner sabe que nem todos estão dispostos a pagar o preço da interioridade. "Tem que haver uma grande motivação", diz. Ainda assim, conhece pelo menos seis pessoas que se lançaram numa aventura semelhante à sua.Na aldeia histórica de Castelo Rodrigo (uma das 12 do país), onde mora com António e as duas filhas, não há mais do que dois cafés, uma loja de artesanato, uma igreja e um palácio em ruínas, o Palácio Cristóvão de Moura. "Mas é tudo tão bonito", diz, apontando para a paisagem imensa e verde que vê da janela da sala.

A sede do concelho, Figueira de Castelo Rodrigo, fica a três minutos de carro. "Lá temos todos os serviços básicos: centro de saúde, escolas, bancos, biblioteca, centros desportivos, supermercados", conta. Este ano fecharam três escolas no concelho, mas isso ainda não a preocupa. "Figueira está ao ritmo do país, nem mais nem menos". 

"Aqui tenho qualidade de vida", garante a bióloga. Ana e António Monteiro, também biólogo, chegaram em 1995 à região do Baixo Côa, onde estagiaram. "Foi essa a nossa sorte. Éramos estudantes, não tínhamos emprego em Lisboa, só o encontrámos aqui", conta Ana. Na altura, estava a ser criado o Parque Natural do Douro Internacional. António acabou por integrar a equipa do parque como biólogo do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, actividade que mantém. 

Foram ficando, ajudaram a fundar a Associação Transumância e Natureza, com trabalho de relevo na criação e alargamento do primeiro parque natural privado do país, a Reserva da Faia Brava, em Figueira. Ambos têm familiares distantes no distrito da Guarda, mas não foi isso que pesou na decisão. "Foi a zona que nos seduziu, e o trabalho", garante Ana. Quando decidiram comprar casa, Castelo Rodrigo estava na lista dos locais preferidos. Porquê? Pela paisagem, pela tranquilidade e pela história que ainda se respira dentro dos muros da aldeia, requalificada com o apoio da União Europeia, no final da década de 90. 

"Soubemos que estava uma casa à venda e viemos". Deitaram mãos à obra e reconstruíram a casa e a zona envolvente. Apostaram depois no turismo rural, através da Casa da Cisterna. Nunca pensaram voltar para Lisboa, aonde só vão para resolver problemas. "Ia fazer o quê? Aqui tenho tudo o que preciso". E como matam saudades da família que ficou em Lisboa? "Os telemóveis e a Internet fazem maravilhas", brinca. A videoconferência encurta quilómetros.

Ter carro próprio é fundamental para viver no interior. A zona é servida com "bons acessos", mas "faltam transportes públicos", lamenta a bióloga de 37 anos. Mas agradece as estradas sem o trânsito de Lisboa. Em Castelo Rodrigo moram cerca de 50 pessoas e uma dezena de crianças, que se juntam ao pé do pelourinho assim que espreita o sol. Vão com as bicicletas e sentam-se no chão à conversa, que interrompem para cumprimentar quem passa.

Ninguem morre de fome

"Ao contrário do que acontece em Lisboa, aqui quem tem poucos recursos não passa fome. Há terrenos para cultivar e os vizinhos ajudam", explica. A verdade é que "o custo de vida no interior é muito mais baixo", diz. Em parte, porque "os serviços municipais dão muito apoio". Ao contrário do que é hábito nas grandes cidades, "aqui damos conta do que a câmara faz". A alimentação é mais barata, mas o mesmo não se passa com a habitação - a diferença em relação a Lisboa "não é proporcional", lamenta. Mas há uma vantagem: "Aqui não há tentações". 

O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo perdeu mais de 800 pessoas nos últimos dez anos - hoje tem perto de 6500 habitantes. Para estancar esta perda, a autarquia decidiu investir, à semelhança do que já fizeram outros municípios espalhados pelo país.

Desde o ano passado, o município apoiou 35 casais com montantes de 750 a mil euros por casal. Às empresas, a autarquia dá mil euros por cada posto de trabalho criado no concelho e 360 euros por cada nova sociedade que ali se instale, entre outros apoios. Em contrapartida, a empresa tem de manter actividade durante pelo menos quatro anos.Se houvesse o mesmo tipo de apoio em Trancoso, a 50 quilómetros de Figueira de Castelo Rodrigo, talvez o negócio de Artur Tavares tivesse dado certo. Ou talvez não. O fotógrafo mudou de Lisboa para Trancoso há quatro anos com a mulher e os quatro gémeos, mas foi "à experiência" porque "não podia correr riscos". Manteve a casa na capital e a loja em Linda-a-Velha. Em Trancoso, abriu duas lojas com serviços de fotografia e clube de vídeo. "Pensei que no interior, onde há menos oferta cultural, o clube de vídeo fosse uma boa aposta. Mas afinal os jovens olhavam para a capa dos filmes e diziam: "Já saquei da Internet"." Artur reconhece que tinha um "preconceito" em relação às condições de vida no interior, que são melhores do que pensava, o que ditou o insucesso do negócio.

"Tinha uma loja na Amadora, onde facturava por dia o que em Trancoso não fazia num mês", conta. O problema é que "às seis da tarde não há ninguém na rua" e o maior fluxo de pessoas só chega à sexta-feira, para o mercado semanal. "Cheguei em Dezembro, e em Fevereiro era raro não passar a semana na loja de Lisboa e regressar a Trancoso ao fim-de-semana", explica.

Ainda assim, admite que "lá tinha mais qualidade de vida". Os filhos estavam inseridos na escola, a família integrou-se. "Em termos profissionais é que não funcionou", lamenta. Teve de voltar para Lisboa, embora mantenha a casa em Trancoso.

São situações como esta que Frederico Lucas, um dos mentores do projecto Novos Povoadores, quer evitar. "Estabelecemos o prazo de um ano para ponderação da mudança, com visitas obrigatórias ao terreno", explica. A iniciativa, que já devia ter arrancado no ano passado, foi adiada para a Primavera de 2011, altura em que as famílias interessadas poderão começar a fixar-se em dez municípios do interior norte.

As três autarquias que inicialmente mostraram interesse no projecto - Évora, Marvão e Idanha-a-Nova - recuaram, alegando falta de verbas. Por cada conjunto de vinte famílias, cada município teria de pagar 73 mil euros aos promotores, que seriam responsáveis pela selecção das famílias, pelo apoio à deslocalização e pela formação em empreendedorismo.

Agora, o projecto vai ganhar novo fôlego com o apoio da Fundação EDP, inserido nas medidas de repovoamento previstas nos estudos de impacto ambiental das barragens que a eléctrica vai construir no Sabor, Tua e Fridão. 

Alentejo para sonhadores

Em lista de espera, estão cerca de 350 agregados. Os destinos mais desejados pelas famílias inscritas são Évora, Castelo Branco, Beja, Portalegre, Bragança e Vila Real. "O Alentejo é mais procurado pelos sonhadores. As pessoas que procuram o interior norte têm sobretudo motivações familiares". 

No grupo dos "sonhadores" está Ana Pedrosa e o marido, David Salema. Ambos são licenciados em Engenharia do Ambiente. É daí que vem a ligação ao campo e à natureza, já que nenhum tem raízes no interior e sempre viveram em Lisboa. Ainda não sabem para onde querem ir, só sabem que é para o Alentejo. "Não me agrada a vida da cidade. Estou farta do trânsito, de não ter tempo para nada. Quero ter qualidade de vida", desabafa Ana Pedrosa. 

O casal, ambos com 35 anos, tem dois filhos pequenos. "Queria criá-los num espaço mais pequeno e saudável". Mesmo com as escolas a fechar em tantos locais do interior? "Vou escolher um sítio onde haja escolas e centros de saúde perto", ressalva. Daqui por dois anos, Ana quer estar fora da capital, de preferência com o apoio da iniciativa Novos Povoadores. 

João Faria, que nasceu em Lisboa há 46 anos, também sonha com o Alentejo, mas já definiu o destino - Évora. É lá que quer "começar de novo" com a esposa e, quem sabe, um segundo filho. O destino surgiu com a ideia de abrir um negócio na área da restauração, turismo ou cultura. Mas o projecto está em stand by. Actualmente, João Faria está a desenvolver um projecto na área do marketing digital, que pode desenvolver em Évora. "Desde que tenha uma boa ligação de Internet e um escritório, hoje consegue-se estar perto dos clientes", sublinha.Factores como a segurança, as acessibilidades (a cidade fica a 1h30 de Lisboa, por auto-estrada) e o custo de vida mais baixo foram determinantes na escolha. As ligações familiares e os amigos na cidade alentejana também prometem facilitar o processo de mudança. E se mesmo assim correr mal? "Nunca sabemos o que nos espera. Mas num regresso ao litoral só se for para fora da Grande Lisboa".

No projecto Novos Povoadores, João viu "uma forma de ver o desejo de mudança facilitado". Mas agora prefere acreditar mais em apoios ao nível do empreendedorismo, diferentes dos que estavam pensados inicialmente pelos promotores. "Penso que os mentores do projecto podem e devem investir noutras formas de continuar a ajuda a quem quer mudar, uma vez que não tem sido fácil para eles levar avante o que tinham por base no seu projecto original", afirma. "Quanto a nós, com apoio ou não, a ideia de mudar mantém-se", garante. 

João tem uma opinião formada sobre o ordenamento do território nacional. "O país já começa a ter as mesmas possibilidades em cidades e vilas do interior", em comparação com as do litoral, tanto em infra-estruturas como em acessibilidades, refere. Mas isso não chega. "É preciso criar condições a quem queira investir profissionalmente nesses locais", diz. Como? "Apoiando os empreendedores com menos burocracia, fomentando o co-working, continuando a apostar na evolução das tecnologias de informação e criando sinergias entre profissionais com elos comuns para se poderem apoiar mutuamente".

Fonte: Público

Thursday, June 9, 2011

Governador Civil da Guarda fez apelo a personalidades para travar o despovoamento da região

 

Fonte: SIC

Despovoamento


Mais de 1/3 dos municípios portugueses, sobretudo no interior, tem menos de 10 mil habitantes. Um total de 110 dos 308 municípios portugueses têm menos de 10 mil habitantes, 93 deles localizados em Portugal continental, 12 nos Açores e 5 na Madeira. Cerca de metade (53) destes 110 municípios têm 5 mil ou menos habitantes. Em Portalegre são 12 os concelhos com menos de 10 mil habitantes e 9 deles com menos de 5 mil. Em Beja são 10 os municípios com menos de 10 mil habitantes, em Évora e na Guarda são 9, em Bragança 8, em Vila Real, Viseu e Santarém 7 e 6 em Castelo Branco. Barrancos, com 1697 habitantes, é o município com a população mais reduzida do continente, Porto Moniz, com 2645 habitantes, é o concelho com menos gente na Madeira e o Corvo, nos Açores, com apenas 488 pessoas, é o município mais pequeno de todo o país.

             Imagem

Despovoamento impulsiona «regeneração» da floresta

A floresta portuguesa está a passar por um fenómeno de regeneração espontânea apontado esta sexta-feira por especialistas da área como a forma «mais barata» de solução para o abandono do mundo rural e para as suas consequências gravosas, como incêndios florestais.

Afinal, dizem os peritos, a solução pode estar no próprio problema pois é o despovoamento e o abandono da agricultura tradicional que parecem estar a impulsionar esta «regeneração natural, com espécies indígenas de Portugal a brotarem espontaneamente por todo o lado».

O fenómeno foi hoje abordado no final da conferência internacional que juntou durante quatro dias, em Bragança, cientistas de 46 países, numa iniciativa do grupo de ecologia da paisagem da IUFRO, a União Internacional de Organizações de Investigação Florestal.

Os desafios e soluções para as terras agrícolas abandonadas, como acontece nas regiões portuguesas do inteiro, mas também em toda a Europa, foi o tema do último simpósio. As florestas autossustentáveis são a proposta dos investigadores Carlos Aguiar e Henrique Miguel Pereira para a transição.

«Mais do que plantar floresta de novo é cuidar da que está a nascer e está a nascer muita floresta por todo o lado. É uma boa política identificar onde essa floresta está a nascer e apoiá-la e cuidá-la, e é uma forma barata de o fazer», defendeu Carlos Aguiar.

A primeira medida para este investigador deverá passar por «apostar em apoiar esta regeneração natural de espécies indígenas de Portugal como os carvalhos, azinheiras e sobreiros, que está a surgir espontaneamente por todo o lado».

O espaço para esta regeneração foi cedido justamente, segundo dizem, pelo abandono da agricultura e o despovoamento. O reaparecimento destas espécies dar um contributo «a média prazo» para haver menos fogos florestais em Portugal, na opinião de Henrique Miguel Pereira.


Wednesday, June 1, 2011

Aldeia deserta no concelho de Viseu

RTP 2011-06-01

Vamos conhecer agora uma aldeia onde não mora ninguém. Fica no concelho de Viseu. O último habitante foi embora há um ano.


Fonte: RTP

Tuesday, April 5, 2011

Livro Verde sobre a Coesão Territorial – Transformar a diversidade territorial numa força


O objectivo do debate sobre a coesão territorial era chegar a uma compreensão melhor e partilhada da coesão territorial e das suas implicações na elaboração de políticas.

A consulta teve lugar entre princípios de Outubro de 2008 e finais de Fevereiro de 2009. Pretendia-se obter, principalmente, as contribuições das partes interessadas dos departamentos dos respectivos governos nacionais e das autoridades regionais e locais, das instituições da UE, dos parceiros económicos e sociais, das organizações da sociedade civil, de membros do mundo académico e dos cidadãos.

Resultados iniciais da consulta

O índice de respostas, inclusive se considerarmos unicamente o seu aspecto quantitativo, foi extremamente encorajador. Além disso, a qualidade, a profundidade e a exaustividade das mesmas, não só vai permitir à União Europeia dispor de uma perspectiva inestimável sobre as futuras necessidades nesta área política, como também deu um impulso considerável para garantir que se concede ao tema da coesão territorial a importância que todos nós exigimos, como partes interessadas.

Mensagens do debate

Em primeiro lugar, a grande questão que se coloca é: o que é a coesão territorial? Como podemos defini-la? Curiosamente, ainda não conseguimos chegar a nenhuma conclusão válida sobre esta questão central. Muitas das contribuições apelavam a uma definição clara, enquanto que outras contrapunham que isso seria contrário à própria diversidade do contexto europeu, em todas as suas dimensões. Mas, pelo menos, conseguiu-se chegar a uma compreensão comum dos princípios de base e dos elementos-chave. A coesão territorial é:
  • Garantir o desenvolvimento harmonioso de diferentes territórios;
  • Permitir que os cidadãos possam aproveitar o melhor possível as características inerentes a esses territórios;
  • Transformar a diversidade num bem capaz de contribuir para o desenvolvimento sustentável de todo o território da União Europeia;
  • Completar e reforçar a coesão económica e social.

A coesão territorial não pretende modificar os aspectos fundamentais da política de coesão, que continua a ser uma política de desenvolvimento centrada nas capacidades e não nas compensações, e que, ao mesmo tempo, se mantém atenta às preocupações relativas à subsidiariedade.     

A coesão territorial, graças ao seu objectivo de promover um desenvolvimento harmonioso e equilibrado, possui uma dimensão de solidariedade que apela à redução das disparidades territoriais e a um acesso justo às oportunidades. Nesse sentido, o objectivo económico de se alcançar um bom funcionamento do mercado único, coaduna-se perfeitamente com a visão actual da política de coesão.

A coesão territorial não significa que as compensações sejam atribuídas automaticamente em função de uma determinada situação geográfica. Por outro lado, pode implicar que as políticas públicas se tornem mais responsáveis em relação às diferentes necessidades e possibilidades de todos os tipos de territórios através da Europa.
Isto quer dizer que a dimensão territorial precisa de ser reforçada a todos os níveis e em todas as fases da elaboração e da implementação das políticas. Nesta parte do debate, chegou-se a um consenso sobre as seis vertentes seguintes:
  • A coordenação das políticas públicas a diferentes níveis
  • Mais informação sobre os impactos territoriais
  • Melhoria da governação multi-nível
  • A necessidade de abordagens funcionais – Sim às regiões, mas também é necessário considerar outras zonas geográficas de maneira adequada como, por exemplo, as bacias hidrográficas, as zonas montanhosas, as redes de cidades, as áreas metropolitanas ou os bairros desfavorecidos. Tudo é uma questão de flexibilidade.
  • A cooperação territorial como um importante bem europeu
  • A necessidade de dispor de mais dados a fim de melhor conhecer o território


Ver o documento de consulta:






Thursday, March 17, 2011

Terras Dentro - Associação para o Desenvolvimento Integrado


Terras Dentro - Associação para o Desenvolvimento Integrado, entidade declarada de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, autónoma e independente de qualquer tipo de poder, nasceu em 1991 na vila de Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo, onde tem a sua sede.

Apoiar e estimular localmente o desenvolvimento integrado do mundo rural, começou por ser o objectivo. Ou seja: desenvolver sem desruralizar; aproveitar as potencialidades sem afectar os equilíbrios naturais; valorizar as gentes, respeitando a sua autenticidade; promover a cultura, dignificando o Homem. Porém, as aceleradas mutações a que esta aldeia global onde vivemos está sujeita, depressa conferiu outra dimensão ao objectivo inicial da Associação. Houve que preservá-lo, adaptando os processos de concretização; houve que apreender novos conceitos e articulá-los com aquele objectivo; houve que fazer do mundo o local, e estar preparado para agir no "sítio onde as coisas acontecem"... seja onde fôr.

É com este espírito que Terras Dentro tem trabalhado e para o fazer com eficácia, desenvolveu metodologias de acção e um conjunto de capacidades: conhecimento profundo do meio em que se insere; adaptação rápida às novas realidades que se lhe deparam; visão global dos processos de desenvolvimento; predisposição para a conjugação de esforços com outras entidades e instituições; participação nos processos definidores de políticas de ordenamento e planeamento; análise e diagnóstico de situações-problema para elaboração de propostas de intervenção adequadas; formação e qualificação dos recursos humanos existentes; concepção de mecanismos e instrumentos de acção social e económica, numa perspectiva integrada; preservação e promoção dos valores patrimoniais, culturais e ambientais; lançamento de iniciativas susceptíveis de captar apoios.

Foi constituída em 19 de Abril de 1991, no Cartório Notarial de Viana do Alentejo (Publicação no DR nº 159/91, III Série, de 13 de Julho).

Terras Dentro
Rua do Rossio de Pinheiro
7090-049 ALCÁÇOVAS - PORTUGAL

Telefone: +351 266 948 070 
Fax: +351 266 948 071
E-mail: atd@terrasdentro.pt



Monday, March 7, 2011

Artes & Tradições: Entrudo chocalheiro de Trás-os-Montes

Caretos de Podence

"Os Caretos representam imagens diabólicas e misteriosas que todos os anos desde épocas que se perdem no tempo saem à rua nas festividades carnavalescas de Podence – Macedo de Cavaleiros.
Interrompendo os longos silêncios de cada Inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis dos recantos de Podence, surgem silvando os Caretos e seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas."





Fonte: www.youtube.com

Artes & Tradições: Diabo chocalheiro pede para o menino Jesus

Em Trás-os-Montes, o sagrado e o profano unem-se durante o inverno. A figura do Chocalheiro de Bemposta é uma das mais fortes e, também, das tradições menos conhecidas. Saiu à rua no primeiro dia do ano.

Monday, February 28, 2011

O regresso a São Xisto, seis anos depois da morte de 4 dos 7 habitantes

A aposta no turismo é a única medida possível para evitar que a aldeia de São Xisto seja deixada ao abandono.


Sobreviver à desertificação

O Perdidos e Achados regressou a Açor, 14 anos depois da primeira reportagem, para saber se a aldeia resistiu à desertificação.


Monday, February 21, 2011

Interioridade: Problema pode ser ultrapassado com dinâmicas locais e visão estratégica face à Europa

Guarda, 17 de Abril de 2008 (Lusa) - O problema da interioridade que afecta algumas regiões de Portugal poderá ser ultrapassado com novas dinâmicas locais e com uma visão estratégica face à Europa, disse hoje à Lusa o professor universitário Fernando de Matos.

Segundo o docente da Universidade da Beira Interior (UBI), especializado em planeamento regional, o desenvolvimento das regiões do interior terá que ser apoiado pelo Governo central mas também passa pela acção dos agentes locais.
Numa altura em que a interioridade vai ser debatida na Guarda, com a realização de um seminário, sábado, organizado pela Comissão Política Distrital do PSD, Fernando de Matos defende que "o desenvolvimento tem que ser endógeno, tem que ser apoiado por forças externas, pelo Governo central, mas muito do desenvolvimento passa por agentes locais, autarquias, associações, cidadãos que encontrem estratégias e campos para dinamizarem este processo".
Fernando de Matos considera também que em Portugal "não se valoriza o território" quando, em sua opinião, "o interior pode ter uma nova centralidade numa Europa integrada".
"Só que, esta visão, não tem passado e temos um país bipolar", lamenta Fernando de Matos, indicando que "o interior está a ser penalizado pela sua localização geográfica, por estar longe do poder".
Este professor considera ainda que "o peso da interioridade tem sido enorme no sentido em que as políticas públicas de desenvolvimento regional e macroeconómicas têm privilegiado a zona do litoral e o interior tem visto os seus recursos humanos emigrarem para o litoral".
O professor da UBI que pertence à direcção da Planicôa - Cooperativa de Planeamento e Desenvolvimento Rural, Local e Regional, sedeada na Guarda, indica que a questão da interioridade "tem um peso enorme nas questões do desenvolvimento" porque "não havendo pessoas, não há produtividade".
Fernando de Matos aponta o exemplo deste distrito como sendo "estratégico" no contexto europeu.
O universitário salienta que é "cortado" pela auto-estrada A-25 (liga o litoral à Europa), pela A-23 (ligação Norte/Sul) e pelas Linhas do Caminho-de-Ferro da Beira Alta (acesso à Europa) e Beira Baixa.

"Estrategicamente, em termos de pontos de comunicação, a Guarda podia ser um centro logístico, uma plataforma giratória. A Guarda ganha uma centralidade terrível só que é necessário transformar esta potencialidade numa realidade", defendeu.
Para combater o estigma da interioridade, o responsável considera que são precisos "agentes económicos e políticas públicas que coloquem a Guarda na nova centralidade".
"Não estamos num beco sem saída, temos derrotas e sucessos, temos a A25, a A23, a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, indústrias e empresas, o distrito não é um deserto, é uma zona de baixa densidade mas temos de valorizar esses aspectos positivos", salienta à Lusa.
O presidente da Assembleia Distrital da Guarda, João Mourato, defendeu também que o "fenómeno" da interioridade "tem prejudicado o distrito".
"Todos os Governos têm acentuado de forma bastante veemente os investimentos e têm sacrificado as populações do interior a nível económico, das acessibilidades e dos investimentos do Estado", denuncia.
O autarca disse à Lusa que "o interior tem sido vítima de medidas que têm lesado as pessoas", dando o exemplo dos centros de saúde que "estão com a corda na garganta para encerrarem depois da meia-noite".
"Neste momento não há investimentos no interior e as esperanças no novo Quadro Comunitário de Apoio estão a esfumar-se em cada dia que passa", referiu o social-democrata que preside à Câmara Municipal de Mêda.
O problema da interioridade também preocupa o bispo da Diocese da Guarda, que em declarações hoje à Lusa, afirmou que "interioridade está a ser sinónimo de desertificação e abandono".
O prelado diocesano diz acreditar "na capacidade criativa e inovadora" das políticas da administração central e local "para travarem este processo e darem nova esperança às populações que apostam em continuar no nosso interior".
O Bispo da Guarda salienta ainda que a região possui muitas capacidades endógenas "quer em meios humanos quer em potencialidades naturais".
Sé Catedral da Guarda

"Há que saber identificá-las e criar as necessárias condições para que, sobretudo a partir de iniciativas empresariais centradas no potencial humano das nossas populações mais jovens, voltemos a colocar no mapa as nossas terras e a nossa região", defendeu.
ASR.
Lusa