Monday, June 27, 2011

Rede de Cidadania de Montemor‐o‐Novo



O que é?
Uma rede de cidadãos, aberta, diversa, democrática e apartidária, que pretende exercer a sua cidadania participativa para a construção de um futuro mais solidário, sustentável e próspero em Montemor-o‐Novo.

Porque existimos?
Queremos assumir responsabilidade na condução dos nossos destinos e qualidade de vida, para nós e para as futuras gerações promovendo localmente o diálogo e a dinamização de projectos nas áreas económica, social, cultural e ambiental.

Como vemos o nosso futuro?
Maior autonomia da comunidade local com o aumento da capacidade de resposta a acontecimentos locais ou globais, como são hoje a estagnação da economia, a exclusão social, os problemas ambientais e a excessiva dependência dos combustíveis fósseis e outros recursos não renováveis.

Quais são os nossos princípios de actuação?
Temos por base a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os Princípios da Carta da Terra que defendem os valores pelos quais esta rede de cidadãos se irá reger no decorrer da sua existência, honrando a ética, a honestidade, a transparência e a humildade para assim construir confiança e credibilidade junto da sociedade civil de Montemor‐o‐Novo.

“A Carta da Terra é um amplo reconhecimento, declaração e consenso global sobre ética e valores para um futuro sustentável. Desenvolvido ao longo de um período de dez anos, no que foi chamado o mais extenso processo de consulta global associada a uma declaração internacional, a Carta da Terra foi formalmente aprovada por mais de 2500 organizações, incluindo instituições globais como a UNESCO e a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN).“

Está traduzida em mais de 40 línguas e disponível em: http://www.earthcharterinaction.org/content/pages/Read‐the‐Charter.html

O que pretende esta rede ou movimento?
Objectivos:
  • Chamar a população de Montemor à participação, contando com o interesse, paixão e responsabilidade de cada um para que, em conjunto, possamos iniciar um novo ciclo de cidadania em Montemor‐o‐Novo.
  • Dinamizar consciência colectiva para as questões da sustentabilidade.
  • Formular propostas concretas e desenvolver acções para a sua implementação, nos diferentes domínios e de acordo com as competências reunidas.


Se pretende contactar ou ser contactado por esta Rede, pode-o fazer através do endereço de correio electrónico cidadania.montemor@gmail.com e receberá a resposta de um dos elementos do grupo coordenador, tão rápido quanto seja possível.

Wednesday, June 22, 2011

SUÃO - Associação para o Desenvolvimento Comunitário de S. Miguel de Machede

QUANDO O NOSSO FUTURO TAMBÉM É UMA QUESTÃO NOSSA

Bravo Nico
Presidente da Direcção
jbn@uevora.pt

São Miguel de Machede é uma freguesia do concelho de Évora, onde habita cerca de um milhar de pessoas. Uma pequena vila como tantas outras. No entanto, este território possui uma particular peculiaridade, que o distingue de todas as outras vilas e aldeias do Alentejo: é a nossa terra!

A nossa terra não é uma simples expressão do quotidiano. É, normalmente, a tradução de um forte sentimento, contextualizado geográfica e socialmente, que faz com que aquele(a) que a utiliza deixe transparecer um laço assumido e decisivo com um território e uma comunidade.

A nossa terra implica dois compromissos: o primeiro, aquele que decorre de pertencermos a um sítio, a uma comunidade e a um tempo; o segundo, o que resulta de assumirmos, com esse sítio e essa comunidade, a responsabilidade de, ali, percorrermos parte significativa do nosso tempo vital. Ali, não noutro local que não seja aquele que é limitado por aquele território e por aquelas pessoas.

Foi esta decisão - a de viver ali, com aquelas pessoas - que um grupo de habitantes de São Miguel de Machede tomou, quando, em Março de 1998 criou a SUÃO-Associação para o Desenvolvimento Comunitário.


Porquê SUÃO?...

O nome tinha que transmitir uma mensagem de esperança e de capacidade empreendedora.

SUÃO remete-nos para a fatalidade do vento que nasce na fornalha africana e nos rouba água e a frescura. Mas SUÃO é também um dos ventos que, como qualquer outro, faz girar as pás dos moinhos, possibilitando a transformação do cereal em farinha. Por outro lado, SUÃO é o título de uma obra referencial da cultura alentejana escrita por Armando Antunes da Silva (1921-1997), na qual se descreve a eterna luta do(a) alentejano(a) contra uma natureza e uma circunstância social adversas.

Para nós, SUÃO traduz a luta do Alentejo, na qual a capacidade de resistência e de criatividade do(a) alentejano(a) sempre se conseguiu sobrepor a uma Natureza rude e mínima e a contextos políticos, sociais e económicos esvaziadores de pessoas, oportunidades e esperanças. Era esta a nossa mensagem: fazer o máximo com o mínimo; construirmos as nossas vidas, aqui, com estas pessoas, neste tempo.



Fonte: http://www.suao.pt/

Tuesday, June 21, 2011

Viver no interior não é uma missão impossível


Público 12.09.2010 - 08:22 Por Marisa Soares

Não se assustam com o fecho de escolas, centros de saúde e fábricas. Os casais que trocaram o apartamento na cidade por uma casa no campo têm outros trunfos: são qualificados, empreendedores e não dispensam as novas tecnologias. Lamentam a falta de transportes mas agradecem as estradas sem trânsito. Fomos saber o que os levou a remar contra a maré.

A mudança de António Manuel Venda de Lisboa para Montemor-o-Novo foi obra de Cupido. Foi atrás da Catarina, que já tinha trocado a capital pelo interior do Alentejo. Ana Berliner e o marido, António Monteiro, conheceram-se em Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, e também acabaram por ficar a viver por lá, longe de Lisboa, onde nasceram. Trocaram as voltas ao êxodo rural e garantem que compensa. Interior é, para eles, sinónimo de qualidade de vida.

O tronco da azinheira deitado ao chão no terreno ao lado de casa é uma das portas de ligação de António Venda com o resto do mundo. Só ali, em cima do tronco, consegue apanhar rede de telemóvel no sítio onde mora. É de lá que o jornalista e escritor de 42 anos combina entrevistas e planeia negócios. A Internet também ajuda. António dirige uma revista em Lisboa, mas fá-lo online, a cem quilómetros de distância do escritório, a uma hora de caminho. Vai lá pelo menos uma vez por semana, sem pressas, sem horários. 

É assim desde que deixou a cidade rumo ao Alentejo, em 2003. Três anos antes, Catarina tinha-se mudado para Montemor, onde abriu uma livraria. A aposta na cidade tinha tudo para dar certo. "Está a uma hora de tudo: da praia, de Lisboa e de Espanha. Além disso, tem uma actividade cultural engraçada", explica Catarina, de 36 anos, que antes morava em Carcavelos e trabalhava em publicidade. Agora trabalha no Centro Coreográfico de Rui Horta, o conhecido coreógrafo que também escolheu a cidade para se instalar.

Mais barato e mais seguro

Por causa da livraria e porque tem raízes familiares em Montemor, o processo de integração foi fácil para Catarina. Com António, não foi bem assim. "Ainda hoje, vamos na rua e ela cumprimenta 20 pessoas, enquanto eu cumprimento uma", diz o jornalista. 

Mas os filhos do casal estão perfeitamente integrados. Os três nasceram no hospital de Évora, a meia hora de distância. "É como viver em Cascais e ir ter o filho a Lisboa", brinca Catarina. Os dois mais velhos vão este ano para a escola em Montemor. "O miúdo vai para o futebol e a rapariga escolheu equitação, em vez do ballet", diz o pai. Não faltam distracções para as crianças no concelho. "Pagamos só três euros por mês pela ginástica", conta Catarina.

Ambos concordam que é mais barato viver em Montemor, sobretudo para criar os filhos. E há mais segurança do que nas grandes cidades. "O mais velho vai agora para o primeiro ano. Dentro de pouco tempo já poderá ir sozinho a pé para a biblioteca, ou para a Oficina da Criança, onde tem várias actividades gratuitas", diz a mãe. As despesas do dia-a-dia é que nem por isso são menores. "Temos supermercados como em Lisboa e as mercearias praticam preços altos. Já tivemos uma horta mas está em stand by". 

Na vida do casal não há bem o "antes e depois" de Lisboa. Há mais o "antes e depois" dos filhos. "Antes, íamos várias vezes jantar a Lisboa, ao cinema, ao teatro. Como vamos contra o trânsito, é rápido. Agora, vamos menos. Mas se estivéssemos em Lisboa também já não saíamos tanto", admite Catarina. 

Mesmo assim, não dispensam algumas fugidas à capital ao fim-de-semana, para mostrar a cidade às crianças. "Acabamos por ver Lisboa de outra maneira. Vivemos a cidade como turistas".

Admitem regressar um dia à capital? António diz que não. Catarina não tem nada contra, mas prefere o sossego do monte alentejano. "O que me aflige mais em Lisboa", explica, "é sair de casa sem respirar ar puro. Saímos de casa para a garagem, vamos no carro com o ar condicionado, entramos no parque de estacionamento e subimos para o escritório. Nem dá para perceber se está frio ou calor".

Mas admite ter saudades dos restaurantes japoneses ou indianos, que ainda não chegaram a Montemor. Onde também não se pode encomendar uma pizza. "Não há take away, ou quando há tem de ser bem pago".

Seduzida pela paisagem

A morar a 380 quilómetros de Lisboa, Ana Berliner sabe que nem todos estão dispostos a pagar o preço da interioridade. "Tem que haver uma grande motivação", diz. Ainda assim, conhece pelo menos seis pessoas que se lançaram numa aventura semelhante à sua.Na aldeia histórica de Castelo Rodrigo (uma das 12 do país), onde mora com António e as duas filhas, não há mais do que dois cafés, uma loja de artesanato, uma igreja e um palácio em ruínas, o Palácio Cristóvão de Moura. "Mas é tudo tão bonito", diz, apontando para a paisagem imensa e verde que vê da janela da sala.

A sede do concelho, Figueira de Castelo Rodrigo, fica a três minutos de carro. "Lá temos todos os serviços básicos: centro de saúde, escolas, bancos, biblioteca, centros desportivos, supermercados", conta. Este ano fecharam três escolas no concelho, mas isso ainda não a preocupa. "Figueira está ao ritmo do país, nem mais nem menos". 

"Aqui tenho qualidade de vida", garante a bióloga. Ana e António Monteiro, também biólogo, chegaram em 1995 à região do Baixo Côa, onde estagiaram. "Foi essa a nossa sorte. Éramos estudantes, não tínhamos emprego em Lisboa, só o encontrámos aqui", conta Ana. Na altura, estava a ser criado o Parque Natural do Douro Internacional. António acabou por integrar a equipa do parque como biólogo do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, actividade que mantém. 

Foram ficando, ajudaram a fundar a Associação Transumância e Natureza, com trabalho de relevo na criação e alargamento do primeiro parque natural privado do país, a Reserva da Faia Brava, em Figueira. Ambos têm familiares distantes no distrito da Guarda, mas não foi isso que pesou na decisão. "Foi a zona que nos seduziu, e o trabalho", garante Ana. Quando decidiram comprar casa, Castelo Rodrigo estava na lista dos locais preferidos. Porquê? Pela paisagem, pela tranquilidade e pela história que ainda se respira dentro dos muros da aldeia, requalificada com o apoio da União Europeia, no final da década de 90. 

"Soubemos que estava uma casa à venda e viemos". Deitaram mãos à obra e reconstruíram a casa e a zona envolvente. Apostaram depois no turismo rural, através da Casa da Cisterna. Nunca pensaram voltar para Lisboa, aonde só vão para resolver problemas. "Ia fazer o quê? Aqui tenho tudo o que preciso". E como matam saudades da família que ficou em Lisboa? "Os telemóveis e a Internet fazem maravilhas", brinca. A videoconferência encurta quilómetros.

Ter carro próprio é fundamental para viver no interior. A zona é servida com "bons acessos", mas "faltam transportes públicos", lamenta a bióloga de 37 anos. Mas agradece as estradas sem o trânsito de Lisboa. Em Castelo Rodrigo moram cerca de 50 pessoas e uma dezena de crianças, que se juntam ao pé do pelourinho assim que espreita o sol. Vão com as bicicletas e sentam-se no chão à conversa, que interrompem para cumprimentar quem passa.

Ninguem morre de fome

"Ao contrário do que acontece em Lisboa, aqui quem tem poucos recursos não passa fome. Há terrenos para cultivar e os vizinhos ajudam", explica. A verdade é que "o custo de vida no interior é muito mais baixo", diz. Em parte, porque "os serviços municipais dão muito apoio". Ao contrário do que é hábito nas grandes cidades, "aqui damos conta do que a câmara faz". A alimentação é mais barata, mas o mesmo não se passa com a habitação - a diferença em relação a Lisboa "não é proporcional", lamenta. Mas há uma vantagem: "Aqui não há tentações". 

O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo perdeu mais de 800 pessoas nos últimos dez anos - hoje tem perto de 6500 habitantes. Para estancar esta perda, a autarquia decidiu investir, à semelhança do que já fizeram outros municípios espalhados pelo país.

Desde o ano passado, o município apoiou 35 casais com montantes de 750 a mil euros por casal. Às empresas, a autarquia dá mil euros por cada posto de trabalho criado no concelho e 360 euros por cada nova sociedade que ali se instale, entre outros apoios. Em contrapartida, a empresa tem de manter actividade durante pelo menos quatro anos.Se houvesse o mesmo tipo de apoio em Trancoso, a 50 quilómetros de Figueira de Castelo Rodrigo, talvez o negócio de Artur Tavares tivesse dado certo. Ou talvez não. O fotógrafo mudou de Lisboa para Trancoso há quatro anos com a mulher e os quatro gémeos, mas foi "à experiência" porque "não podia correr riscos". Manteve a casa na capital e a loja em Linda-a-Velha. Em Trancoso, abriu duas lojas com serviços de fotografia e clube de vídeo. "Pensei que no interior, onde há menos oferta cultural, o clube de vídeo fosse uma boa aposta. Mas afinal os jovens olhavam para a capa dos filmes e diziam: "Já saquei da Internet"." Artur reconhece que tinha um "preconceito" em relação às condições de vida no interior, que são melhores do que pensava, o que ditou o insucesso do negócio.

"Tinha uma loja na Amadora, onde facturava por dia o que em Trancoso não fazia num mês", conta. O problema é que "às seis da tarde não há ninguém na rua" e o maior fluxo de pessoas só chega à sexta-feira, para o mercado semanal. "Cheguei em Dezembro, e em Fevereiro era raro não passar a semana na loja de Lisboa e regressar a Trancoso ao fim-de-semana", explica.

Ainda assim, admite que "lá tinha mais qualidade de vida". Os filhos estavam inseridos na escola, a família integrou-se. "Em termos profissionais é que não funcionou", lamenta. Teve de voltar para Lisboa, embora mantenha a casa em Trancoso.

São situações como esta que Frederico Lucas, um dos mentores do projecto Novos Povoadores, quer evitar. "Estabelecemos o prazo de um ano para ponderação da mudança, com visitas obrigatórias ao terreno", explica. A iniciativa, que já devia ter arrancado no ano passado, foi adiada para a Primavera de 2011, altura em que as famílias interessadas poderão começar a fixar-se em dez municípios do interior norte.

As três autarquias que inicialmente mostraram interesse no projecto - Évora, Marvão e Idanha-a-Nova - recuaram, alegando falta de verbas. Por cada conjunto de vinte famílias, cada município teria de pagar 73 mil euros aos promotores, que seriam responsáveis pela selecção das famílias, pelo apoio à deslocalização e pela formação em empreendedorismo.

Agora, o projecto vai ganhar novo fôlego com o apoio da Fundação EDP, inserido nas medidas de repovoamento previstas nos estudos de impacto ambiental das barragens que a eléctrica vai construir no Sabor, Tua e Fridão. 

Alentejo para sonhadores

Em lista de espera, estão cerca de 350 agregados. Os destinos mais desejados pelas famílias inscritas são Évora, Castelo Branco, Beja, Portalegre, Bragança e Vila Real. "O Alentejo é mais procurado pelos sonhadores. As pessoas que procuram o interior norte têm sobretudo motivações familiares". 

No grupo dos "sonhadores" está Ana Pedrosa e o marido, David Salema. Ambos são licenciados em Engenharia do Ambiente. É daí que vem a ligação ao campo e à natureza, já que nenhum tem raízes no interior e sempre viveram em Lisboa. Ainda não sabem para onde querem ir, só sabem que é para o Alentejo. "Não me agrada a vida da cidade. Estou farta do trânsito, de não ter tempo para nada. Quero ter qualidade de vida", desabafa Ana Pedrosa. 

O casal, ambos com 35 anos, tem dois filhos pequenos. "Queria criá-los num espaço mais pequeno e saudável". Mesmo com as escolas a fechar em tantos locais do interior? "Vou escolher um sítio onde haja escolas e centros de saúde perto", ressalva. Daqui por dois anos, Ana quer estar fora da capital, de preferência com o apoio da iniciativa Novos Povoadores. 

João Faria, que nasceu em Lisboa há 46 anos, também sonha com o Alentejo, mas já definiu o destino - Évora. É lá que quer "começar de novo" com a esposa e, quem sabe, um segundo filho. O destino surgiu com a ideia de abrir um negócio na área da restauração, turismo ou cultura. Mas o projecto está em stand by. Actualmente, João Faria está a desenvolver um projecto na área do marketing digital, que pode desenvolver em Évora. "Desde que tenha uma boa ligação de Internet e um escritório, hoje consegue-se estar perto dos clientes", sublinha.Factores como a segurança, as acessibilidades (a cidade fica a 1h30 de Lisboa, por auto-estrada) e o custo de vida mais baixo foram determinantes na escolha. As ligações familiares e os amigos na cidade alentejana também prometem facilitar o processo de mudança. E se mesmo assim correr mal? "Nunca sabemos o que nos espera. Mas num regresso ao litoral só se for para fora da Grande Lisboa".

No projecto Novos Povoadores, João viu "uma forma de ver o desejo de mudança facilitado". Mas agora prefere acreditar mais em apoios ao nível do empreendedorismo, diferentes dos que estavam pensados inicialmente pelos promotores. "Penso que os mentores do projecto podem e devem investir noutras formas de continuar a ajuda a quem quer mudar, uma vez que não tem sido fácil para eles levar avante o que tinham por base no seu projecto original", afirma. "Quanto a nós, com apoio ou não, a ideia de mudar mantém-se", garante. 

João tem uma opinião formada sobre o ordenamento do território nacional. "O país já começa a ter as mesmas possibilidades em cidades e vilas do interior", em comparação com as do litoral, tanto em infra-estruturas como em acessibilidades, refere. Mas isso não chega. "É preciso criar condições a quem queira investir profissionalmente nesses locais", diz. Como? "Apoiando os empreendedores com menos burocracia, fomentando o co-working, continuando a apostar na evolução das tecnologias de informação e criando sinergias entre profissionais com elos comuns para se poderem apoiar mutuamente".

Fonte: Público

Thursday, June 9, 2011

Governador Civil da Guarda fez apelo a personalidades para travar o despovoamento da região

 

Fonte: SIC

Despovoamento


Mais de 1/3 dos municípios portugueses, sobretudo no interior, tem menos de 10 mil habitantes. Um total de 110 dos 308 municípios portugueses têm menos de 10 mil habitantes, 93 deles localizados em Portugal continental, 12 nos Açores e 5 na Madeira. Cerca de metade (53) destes 110 municípios têm 5 mil ou menos habitantes. Em Portalegre são 12 os concelhos com menos de 10 mil habitantes e 9 deles com menos de 5 mil. Em Beja são 10 os municípios com menos de 10 mil habitantes, em Évora e na Guarda são 9, em Bragança 8, em Vila Real, Viseu e Santarém 7 e 6 em Castelo Branco. Barrancos, com 1697 habitantes, é o município com a população mais reduzida do continente, Porto Moniz, com 2645 habitantes, é o concelho com menos gente na Madeira e o Corvo, nos Açores, com apenas 488 pessoas, é o município mais pequeno de todo o país.

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Despovoamento impulsiona «regeneração» da floresta

A floresta portuguesa está a passar por um fenómeno de regeneração espontânea apontado esta sexta-feira por especialistas da área como a forma «mais barata» de solução para o abandono do mundo rural e para as suas consequências gravosas, como incêndios florestais.

Afinal, dizem os peritos, a solução pode estar no próprio problema pois é o despovoamento e o abandono da agricultura tradicional que parecem estar a impulsionar esta «regeneração natural, com espécies indígenas de Portugal a brotarem espontaneamente por todo o lado».

O fenómeno foi hoje abordado no final da conferência internacional que juntou durante quatro dias, em Bragança, cientistas de 46 países, numa iniciativa do grupo de ecologia da paisagem da IUFRO, a União Internacional de Organizações de Investigação Florestal.

Os desafios e soluções para as terras agrícolas abandonadas, como acontece nas regiões portuguesas do inteiro, mas também em toda a Europa, foi o tema do último simpósio. As florestas autossustentáveis são a proposta dos investigadores Carlos Aguiar e Henrique Miguel Pereira para a transição.

«Mais do que plantar floresta de novo é cuidar da que está a nascer e está a nascer muita floresta por todo o lado. É uma boa política identificar onde essa floresta está a nascer e apoiá-la e cuidá-la, e é uma forma barata de o fazer», defendeu Carlos Aguiar.

A primeira medida para este investigador deverá passar por «apostar em apoiar esta regeneração natural de espécies indígenas de Portugal como os carvalhos, azinheiras e sobreiros, que está a surgir espontaneamente por todo o lado».

O espaço para esta regeneração foi cedido justamente, segundo dizem, pelo abandono da agricultura e o despovoamento. O reaparecimento destas espécies dar um contributo «a média prazo» para haver menos fogos florestais em Portugal, na opinião de Henrique Miguel Pereira.


Wednesday, June 1, 2011

Aldeia deserta no concelho de Viseu

RTP 2011-06-01

Vamos conhecer agora uma aldeia onde não mora ninguém. Fica no concelho de Viseu. O último habitante foi embora há um ano.


Fonte: RTP