Friday, September 24, 2010

Novos Povoadores - Novas barragens podem ajudar a repovoar o interior





Na próxima Primavera, a iniciativa de repovoamento do interior, Novos Povoadores, começa em dez municípios junto a novas barragens. Um dos responsáveis pelo projecto, Frederico Lucas,sublinha que «é muito difícil pôr o projecto em campo só com financiamento das autarquias».


«A conjuntura económica não tem sido propícia» e as três autarquias (Évora, Marvão e Idanha-a-Nova) inicialmente interessadas no projecto de repovoamento Novos Povoadores «não disponibilizaram as verbas necessárias» de 73 mil euros pela instalação de cada conjunto mínimo de 20 famílias, adianta um dos responsáveis pelo projecto, Frederico Lucas.

Reconhecendo que «é muito difícil pôr o projecto em campo só com financiamento das autarquias», está agora em negociação o apoio da Fundação EDP através das medidas de repovoamento previstas nos estudos de impacto ambiental de novas barragem.

A Fundação EDP deverá comparticipar uma parte do valor de instalação de novas famílias nos concelhos de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Alijó, Murça, Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e Mondim de Basto, «aos quais se deverão juntar outros dois».

O projecto Novos Povoadores recebe candidaturas de famílias que estão interessadas em mudar-se para territórios pouco povoados, mas onde existe qualidade de vida a preços reduzidos e é possível estabelecer novos negócios à distância.

A seguir, os três autores do projecto cruzam a informação com o perfil pretendido pelos municípios interessados.

Os 73 mil euros empregues na instalação de cada grupo mínimo de 20 famílias (3650 euros por família) «não chegam para fazer a 100 metros de passeio. É um infinitésimo em relação aos orçamentos autárquicos», destaca Frederico Lucas.

O dinheiro é utilizado em serviços de selecção das famílias, por entre as 443 inscritas, recolocação e mudança para o novo município e formação em empreendedorismo, sem que haja qualquer verba entregue aos candidatos.

«O mais importante é que não é possível manter os territórios a funcionar sem repovoamento», acrescentou.

Apesar dos argumentos e do interesse demonstrado inicialmente por três municípios, Évora, Marvão e Idanha-a-Nova, «a conjuntura actual não propiciou o avanço dos projectos piloto».

Álvaro Rocha, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, disse que a iniciativa é «uma boa ideia», mas para outra altura, «quando as condições económicas o permitam».

José Ernesto Oliveira, autarca de Évora, justificou-se também com a conjuntura para não participar «em projectos que não tenham ainda uma maturidade suficiente para poder significar um compromisso».

A Câmara de Marvão não avançou porque apresentou uma contraproposta de pagamento do valor apresentado, que não foi aceite, referiu o vereador José Manuel Pires.


Notícia de 6/09/10 retirada do site "Café Portugal".

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